sábado, 12 de fevereiro de 2011

Projecto oferece casa a 30 famílias com lepra em Timor-Leste

A má nutrição e a falta de condições mínimas de higiene e habitação fazem de Timor-Leste o país com o maior número de casos da doença no continente asiático.

Uma iniciativa das Irmãs Franciscanas da Divina Providência em Padiai, no distrito de Oecussi, em Timor-Leste, vai oferecer 30 casas a 30 famílias da região que padecem de lepra.

A má nutrição e a falta de condições mínimas de higiene e habitação fazem de Timor-Leste o país com o maior número de casos da doença no continente asiático.

Metade das 30 casas já foi entregue, cada uma com um custo médio de 2.500 euros, e a próxima já tem dono: Teodoro Timo, um timorense que pediu ajuda às irmãs franciscanas porque, neste momento, com “as mãos paralisadas”, não pode trabalhar.

“Estou a ser ajudado pelos meus irmãos, que são pobres, e por isso pedi uma casa às irmãs. Vivo com a minha mãe, que já tem bastante idade e não tem recursos” revela Teodoro Timo.

A irmã Maria da Luz, responsável pelas Franciscanas da Divina Providência, explica que este projecto “incide numa linha de dimensão social para que as pessoas possam ter condições de higiene para viver e não durmam em cima da terra, em situações desumanas”.

Com a escassez de recursos, não foi fácil arranjar financiamento para a construção das casas. No entanto, a irmã Maria da Luz destaca o espírito solidário de muitos timorenses.

“Fui a um banco em Dili, falei com o director, contei-lhe a situação, ele ficou chocado e arrepiado e perguntou-me quanto custava a construção de uma casa. Respondi-lhe que seria à volta de 2.800 dólares e ele disse-me para fazer uma carta antes de ir para Oecussi, porque o banco ia financiar essa casa.”

Esta iniciativa tem o apoio de diversas instituições, entre as quais se destaca a Associação Portuguesa “Mãos Unidas - Padre Damião”, uma organização não governamental que poderá fazer chegar a Timor Leste a ajuda dos portugueses que quiserem ser solidários com esta iniciativa.



sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Floresta em Timor Leste e o papel da Cooperação Agrícola Portuguesa no seu Desenvolvimento

A economia de Timor Leste tem por base a componente rural e o sector florestal é reconhecido como um dos principais vectores para o seu desenvolvimento. Qual o papel que a Cooperação Agrícola Portuguesa pode desempenhar neste processo?

Ali também Timor que o lenho manda Sândalo salutífero e cheiroso
Camões


1. A FLORESTA EM TIMOR

Timor Leste é o país mais novo do mundo (2002) e um dos mais pobres, com a base da sua economia assente na componente rural (74%) (Atlas de Timor 2002), embora possua jazigas, tanto de petróleo como de gás natural, em número suficiente para tirar partido económico desses recursos, caso o permitam.

Dentro do sector primário, a componente florestal é por demais reconhecida como um dos principais vectores para o desenvolvimento económico de Timor, embora a sua importância não se esgote ai, já que as suas funções ambientais, paisagísticas e protectora, nomeadamente das bacias hidrográficas, são de vital importância para Timor.

2. PROBLEMAS QUE AFECTAM A FLORESTA
O estado em que se encontra hoje a floresta de Timor é grave. As razões não são nenhuma novidade, mas devido à complexidade dos problemas e à sua interligação as respostas e acções tardam a surgir. Segundo o relatório “Forestry Management Policies and Strategies of Timor Leste”, Timor tem uma média anual de 1,1% de massa florestal perdida, quatro vezes maior do que a média global.

Estes dados referem-se ao período entre 1972-1999, onde se perdeu 114000ha de floresta densa e 78000ha de floresta média, mas quem esteve em Timor após o referendo e a Independência (2002) sabe que estes números não desceram.

Com esta devastação, também foram libertados da floresta e do solo 2,380.4 Gg de carbono. A desflorestação em Timor, associado a um regime de chuvas torrenciais e a uma topografia onde 41% da área total do pais tem declives superiores a 40% (Mota, 2002), bem como uma história geológica recente, causa gravíssimos problemas de erosão e perca de solos.

O futuro não é risonho, já que o crescimento demográfico existente em Timor, particularmente após o referendo, com as famílias a possuírem em média 6 filhos, ou “os que Deus quiser”, aliado a um elevado grau de pobreza, nomeadamente nas terras altas de montanha, só levarão a uma pressão maior sobre as riquezas florestais, em busca de lenha e para construção de casas.

Para resolver esta situação, Timor vai precisar da ajuda externa não só financeira como de formação técnica dos seus quadros, já que o insuficiente número (1 pessoa para 61,848 ha) e capacidade técnica dos seus recursos humanos são extremamente reduzidos.

3- ACÇÃO DO PADRTL EM TIMOR

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural em Timor Leste, existente desde Novembro de 2000, começou por intermédio do seu ex-Coordenador, Engº Nuno Moreira, a prestar mais atenção à floresta, nomeadamente aos sistemas agroflorestais de fins múltiplos, e a importância que estes têm na vertente ambiental, como regulador dos solos e das bacias hidrográficas, bem como paisagístico e económico, como elemento fundamental para a melhoria da rentabilidade das populações locais, inserindo-se ainda, num quadro mais alargado de desenvolvimento rural sustentável.
 

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Educação e emprego prioridades para Timor em 2011

Timor pode não ter ainda boas estradas, electricidade ou fornecimento de água constante, mas o primeiro centro comercial (Timor Plaza) de Timor-Leste está quase concluído.

Embora tudo se concentre na capital Díli (na foto) que em termos tecnológicos está a crescer a olhos vistos, dois terços da população vive nas montanhas, tendo como único sustento a agricultura, vivendo numa ilusão eterna no que às promessas governamentais diz respeito.

"Gastar, gastar, gastar" - em áreas específicas - é a palavra de ordem para 2011, com base na riqueza oriunda do petróleo e com um orçamento de Estado de cerca de US $ 1 bilião, um aumento progressivo relativamente a anos anteriores (US $ 262 milhões em 2006).

É, sem dúvida, uma aposta forte do governo, seguindo os conselhos do economista Jeffrey Sachs, de visita à ilha durante o ano de 2010. O governo terá uma tarefa árdua, provar que o plano estratégico de desenvolvimento para os próximos 20 anos não será um fiasco e prová-lo igualmente aos possíveis “Velhos do Restelo".

A organização La'o Hamutuk já advertiu para o excesso de poupança, tornando desta forma insustentável uma possível catástrofe, com os fundos a esgotarem-se de uma forma prematura. A situação em Timor-Leste encontra-se agora estável, desde a independência em 2002, e a expectativa é grande por parte da população. Agora é necessário investir forte na educação e emprego e colocar em segundo plano a segurança.

As forças de segurança das Nações Unidas chegaram a Díli em 2006 para acabar com os conflitos internos, resultando na fuga de 150.000 pessoas.

Quatro anos depois as forças locais retomaram o controlo na maior parte do território - e há uma grande pressão para que em Março de 2011 dominem em definitivo, com vista às eleições gerais, marcadas para 2012.

A preparação para as campanhas eleitorais já começou e ainda subsistem dúvidas sobre possíveis coligações. De momento há o Conselho Nacional de Resistência Timorense, de Xanana Gusmão e a FRETILIN , de Lu Olu.

Embora ainda haja um longo caminho a percorrer, Timor-Leste está a aprender com os erros do passado e a colocar as expectativas da população no topo das prioridades, isto é, manter a paz no território, obter apoios ao nível empresarial, tanto local como internacional.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

PALOP e Timor-Leste analisam Comércio Mundial

Quadros seniores dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor-Leste encontram-se desde ontem (dia 7 de Dezembro), em Maputo (Moçambique), a discutir matérias relacionadas com o comércio internacional e a reflectir sobre como poderão beneficiar do comércio multilateral.

Intervindo na cerimónia de abertura do evento, o primeiro disponibilizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para os PALOP e Timor-Leste, o ministro da Indústria e Comércio de Timor-Leste, Armando Inroga, disse que para que os respectivos países se beneficiem do comércio internacional, o evento deve constituir um fórum onde os participantes obtenham de forma concertada um conhecimento homogéneo dos mecanismos e instrumentos de suporte aos acordos que se estabelecem no âmbito da OMC.

“A OMC tem, de forma crescente, intervido junto aos países menos avançados na melhoria do seu desempenho e crescente participação no comércio global. Acreditamos que a promoção do crescimento rápido dos nossos países, sendo indispensável para a prossecução do bem-estar dos nossos povos, passa indispensavelmente pelo conhecimento dos instrumentos de comércio internacional, dada a cada vez maior interdependência entre os Estados e entre as economias”, disse o ministro.

Armando Inroga afirmou também esperar que o encontro, a decorrer em Maputo, permita aos participantes passarem a ter conhecimento e competências sobre o sistema comercial multilateral para assistirem as entidades “que esperam a vossa opinião para tomada de decisão, nos países que representam”.

As negociações na OMC têm exigido um relacionamento mais intenso entre as economias dos PALOP e Timor-Leste.

As regras que vão reger a produção e as trocas agro-industriais – tidas como relevantes para determinar o tipo de relacionamento Norte-Sul e os graus de proteccionismo (aberto ou camuflado); a questão do proteccionismo, tanto em relação ao acesso de economias emergentes aos mercados do Norte como às medidas de transição para economias pobres, que fazem parte dos 49 “países menos avançados” conforme classificação da Organização das Nações Unidas (ONU), são alguns dos aspectos que preocupam os PALOP e Timor-Leste.

O problema das patentes também ocupa, desde a Ronda de Doha (Qatar), um lugar de destaque, sendo de prever que se mantenham, pelo menos na área de produção de medicamentos, como outro ponto sensível para os PALOP.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Escola Portuguesa muito procurada em Timor-Leste

Quatro Escolas Portuguesas (Ensino Pré-Primário e 1º. Ciclo) abrem portas na próxima segunda-feira, dia 13 de Dezembro, em Timor-Leste (nos distritos de Baucau, Same, Maliana e Oecussi), apesar do ano lectivo só arrancar em Janeiro de 2011.

Em Baucau, a procura superou em muito a capacidade disponível das instalações (na foto). Para as 132 vagas concorreram 350 crianças, demonstrando claramente uma grande procura pelo português nesta zona asiática.

O Plano apresentado em Fevereiro último pelo embaixador português, Luís Manuel Barreira de Sousa, e pela directora-geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular, Alexandra Marques, ao Presidente timorense, Ramos-Horta, prevê que a partir de 2018, o custo global anual estimado para as Escolas Portuguesas em Timor-Leste rondará os 24 milhões de dólares. Para isso contribuirá a cobertura gradual dos 13 distritos timorenses e o reforço da cobertura na capital, Díli.

TV TIMORENSE EM PORTUGUÊS

A TVTL, o único canal de televisão timorense, encontra-se a transmitir os blocos noticiosos nas duas línguas oficiais de Timor-Leste (tétum e português). A programação própria deste canal é feita em língua tétum das 17 às 22 horas, com excepção das produções adquiridas junto da brasileira TV Globo Internacional, como telenovelas, que são exibidas em língua portuguesa. Retransmite a programação da Rádio Televisão Portuguesa Internacional (RTPi) durante o dia e à noite, após a telenovela brasileira.

A TVTL também é transmitida na Indonésia, especialmente em Sonda Oriental. A emissão é transmitida pelo satélite Telkom 1.

35.000 LIVROS EM BIBLIOTECA ITINERANTE

O projecto “Ler Mais” visa promover o interesse pela leitura entre os timorenses e conta com 35 000 livros numa biblioteca itinerante.

Informações recolhidas nos sites:














sábado, 9 de outubro de 2010

José Ramos Horta diz que Sócrates vai tentar visitar Timor-Leste após aprovação do Orçamento de Estado

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou a 4 de Outubro, em São Bento, que o primeiro ministro português se mostrou "muito interessado" em visitar Timor-Leste e que tentará encontrar uma data após "resolver a questão da aprovação do Orçamento de Estado".

"Vamos aguardar que o primeiro ministro vá a Timor-Leste, que se mostrou muito interessado em realizar a visita que foi adiada algumas vezes por causa da situação em Portugal", disse José Ramos Horta aos jornalistas, após um "encontro de amigos" que manteve com José Sócrates e que durou mais de uma hora e meia.

De acordo com o chefe de Estado de Timor-Leste, José Sócrates "disse que logo que resolver a questão da aprovação do Orçamento de Estado tentará encontrar uma data no calendário para visitar Timor".

"Nós, em qualquer altura, estaremos na disposição de receber o primeiro ministro", afirmou Ramos-Horta, acrescentando que a visita de Sócrates ao país permitirá analisar "em que outras áreas, além da cooperação bilateral, as relações podem avançar".

Como exemplo, o chefe de Estado timorense apontou as "relações comerciais e os investimentos mútuos e recíprocos nos dois países".

A reunião que manteve com Sócrates na residência oficial do primeiro-ministro, explicou Ramos Horta, foi sobretudo aproveitada para "passar em revista a situação em Timor-Leste".

"Tive a oportunidade de actualizar o primeiro ministro sobre as boas notícias do país: uma situação de muita tranquilidade, de normalização, de forte crescimento económico e redução da pobreza e com um índice de escolarização cada vez melhor", explicou.

Ramos-Horta, que fez um balanço "muito positivo" da sua visita a Portugal, disse ainda ter falado com José Sócrates sobre "algumas questões que têm a ver com a educação", nomeadamente com os "progressos no ensino da língua portuguesa e sobre a abertura de quatro novas escolas portuguesas em Timor".

http://noticias.pt.msn.com/Politica/article.aspx?cp-documentid=154846123

PT emprega 230 trabalhadores em Timor Leste

A Timor Telecom (TT), operadora de telecomunicações da Portugal Telecom no mercado timorense, emprega atualmente 230 trabalhadores, sendo a formação dos colaboradores locais uma das apostas, segundo a empresa.

"A PT [Portugal Telecom] opera em Timor-Leste, convergindo esforços, empenho e investimento numa empresa que aposta na formação dos seus colaboradores locais e que tem como parceiros o Estado timorense, a igreja local, a Fundação Oriente e investidores particulares", lembrou à Lusa fonte oficial da PT.

A TT, na qual a PT detém uma posição de cerca de 54 por cento, "emprega actualmente de forma directa 230 colaboradores" e tem uma "intervenção social importante", na qual a empresa tem apostado, como é o caso dos centros comunitários de Internet.

Em Timor, além do negócio móvel, onde a PT espera atingir meio milhão de clientes no final do ano, ou seja, uma cobertura de 43,5 por cento da população, a operadora também fornece comunicações fixas.

Actualmente, a TT está a "instalar uma rede e infraestrutura de telecomunicações suportado em fibra óptica e a moderna tecnologia ADSL 2+ que, além de aumentar a fiabilidade e melhorar a qualidade de serviço, tem também permitido ajustar os preços, que só nos últimos doze meses foram reduzidos em mais de 74 por cento", adiantou a mesma fonte.

Além disso, a operadora tem em curso dois projectos considerados "estruturantes" que incluem o "investimento no cabo submarino e num backbone nacional de fibra ótica sobre a rede eléctrica que irão contribuir decisivamente para transformar o sector das telecomunicações em Timor-Leste".

Entre os projetos já lançados em Timor, a PT destaca o recente lançamento do Sapo Timor Leste, o primeiro portal em tétum e português, que considera ser "um excelente exemplo de cooperação entre a PT, a Timor Telecom e vários parceiros locais", já que a "democratização do acesso à Internet também se faz através da digitalização de conteúdos locais".

A Timor Telecom opera com um contrato de concessão no mercado timorense até a 2017, "num esforço de investimento local sustentado, e pretende reforçar a parceria que tem trazido frutos significativos para os timorenses".

O Presidente da República timorense, Ramos Horta, e o presidente executivo da PT, Zeinal Bava, estiveram reunidos a 4 de Outubro para discutir os investimentos da empresa no país.

Fonte oficial da PT adiantou que no encontro foram discutidos os "investimentos que a Timor Telecom tem efectuado com vista a habilitar Timor Leste com uma das melhores infraestruturas de telecomunicações na região e, assim, contribuir para o desenvolvimento do país".

A reunião aconteceu no âmbito da visita de Ramos Horta a Portugal, que na semana anterior afirmou que o Governo timorense vai dialogar com a PT para a operadora de telecomunicações portuguesa aceitar "com bons olhos" o fim do monopólio das comunicações móveis e fixas no país.

Lusa

http://www.briefing.pt/content/view/6803/20/